A Ocitocina e a Bioquímica do A.M.O.R

A Ocitocina e a Bioquímica do A.M.O.R

Buscando compreender de forma mais aprofundada sobre as bases biológicas do A.M.O.R, encontrei um artigo científico que abordava sobre esse assunto. Entre muitas informações interessantíssimas sobre esse tema, destaco aqui as que mais me chamaram a atenção e que classifico como relevantes.

O A.M.O.R é profundamente biológico, ou seja, é um fenômeno epigenético (forma de alteração em genes que não são causados por alterações na sequência de DNA): com contribuição de comportamentos sociais, vínculo emocional e relações longas de reciprocidade. Logo, o A.M.O.R tem profundo efeito no nosso estado mental e físico. Um “coração partido” ou uma relação ruim podem afetar a fisiologia, e pode inclusive, precipitar a morte. O A.M.O.R não é somente um sentimento, ele é um processo dinâmico. Interações sociais entre indivíduos desencadeiam processos cognitivos e fisiológicos que influenciam o estado emocional e mental.

Embora existam muitas evidências para o poder de cura do A.M.O.R, foi só recentemente que a Ciência tem se interessado em investigar as suas bases fisiológicas. Muitas das respostas têm surgido dos conhecimentos sobre mecanismos neurológicos e endocrinológicos do comportamento social e de interação interpessoal. Muitos grupos de animais, desde insetos até humanos, foram estudados para se investigar os mecanismos sociais de interação. Em humanos, mamíferos sociais, observa-se um grande investimento parental no cuidado com a prole e formação de vínculo com a mesma. Além disso, observa-se em humanos adultos relações a longo prazo recíprocas e seletivas com diversas características que correspondem ao que os humanos denominam “experienciar o A.M.O.R”. Claro que o A.M.O.R em humanos é muito mais complexo do que simples mecanismos de retroalimentação por meios de rotas bioquímicas, mas essas rotas existem e participam desse processo dinâmico que é o A.M.O.R.

Um elemento que repetidamente caracteriza a bioquímica do A.M.O.R é a OCITOCINA. Em mamíferos superiores a ocitocina possui um papel central na reprodução, auxiliando a saída de recém-nascidos durante o parto, ejeção de leite durante a amamentação e firmando um vínculo duradouro e seletivo com a prole. Em humanos, em especial, é responsável por formar laços extremamente fortes e de imediato com os recém-nascidos, pois isso garante a sobrevivência dos mesmos. Pais, avós e até mesmo pais adotivos, se afeiçoam às crianças, e a hipótese do A.M.O.R, baseada na ocitocina, explicaria que a simples existência de uma criança faz com que haja a liberação de ocitocina nesses adultos, “forçando-os” a amá-la.

Também, há evidências de que em resposta a experiências de estresse agudo, a ocitocina é liberada, possivelmente atuando como uma molécula que proporciona a sensação de segurança contra o estresse, permitindo assim, superá-lo. É também a ocitocina, que em situações de riscos, garante que os pais cuidarão da prole, para estabilizar as relações de amor entre eles, e em tempos de necessidade, procurar por ajuda e receber suporte de outros. Em humanos, observou- se que a injeção intranasal de ocitocina facilita o comportamento social, incluindo o contato visual (“olho no olho”), comportamento que característico de um “coração de amor”. s

Embora os estudos realizados recentemente têm sido baseados em investigar o papel da ocitocina em comportamentos de cuidado parental ou comportamento social em animais, reconhece-se o forte papel da ocitocina na bioquímica do A.M.O.R. No entanto, a ocitocina não trabalha sozinha, suas ações dependem de opioides endógenos e da dopamina. Especialmente para os vínculos sociais, a interação entre ocitocina e vasopressina em estudos de modelo animal, sustentam a hipótese de que essa interação permite o estado dinâmico comportamental necessário para o A.M.O.R. Os genes que regulam a produção de ocitocina e vasopressina estão localizados no mesmo cromossomo, permitido a síntese e a liberação coordenadas dessas moléculas.

A ocitocina também está associada à “imobilidade sem medo”, ou seja, à capacidade de entrar em estado fisiológico de relaxamento e de condições que possibilitam o trabalho de parto, a amamentação e o comportamento sexual consensual. E em mães, o aumento da produção de ocitocina associada ao parto e à amamentação, auxilia no combate à ansiedade para o cuidado parental, e possibilita a expressão de amor pela prole.

Os comportamentos e as fortes emoções desencadeadas pelo A.M.O.R podem deixar qualquer um vulnerável, como por exemplo, o caso de um coração partido. Indivíduos com forte suporte emocional em suas relações são mais resilientes em situações difíceis do que indivíduos que se sentem solitários e isolados. Inclusive, lesões corporais em tecidos, curam mais rapidamente em animais com convívio social comparados aos que estão isolados.

Muitos estudos também já demonstraram outros mais variados benefícios à saúde associados à ocitocina, como: i) papel protetivo e restaurativo na conversão de células-troncos indiferenciadas em cardiomiócitos (células do músculo coração); ii) facilitação da neurogênese (formação de novos neurônios) e reparo de tecidos em adultos, após situação de estresse; iii) propriedades anti-inflamatórias e anti-oxidantes na aterosclerose (acúmulo de placas de gordura e cálcio em artérias) em experimentos in vitro e iv) as células do coração liberam ocitocina como processo natural de proteção e autocurativo.

Mesmo que a ocitocina não seja a única molécula envolvida na complexa base biológica do A.M.O.R, ela é um componente fundamental desse complexo sistema neurobioquímico, que permite o corpo a se adaptar a situações altamente emotivas. Ainda, a ocitocina regula a habilidade para amar e formar vínculos sociais, impactando na saúde e bem-estar.

(...)”Uma vida sem A.M.O.R é uma vida não vivida por inteiro. (...) Temos muito a aprender sobre o amor e muito o que aprender a partir dele.(...)”. Portanto, a ocitocina é elemento chave para esse aprendizado.

E para concluir, outros estudos já relacionam a importância do papel da ocitocina durante o orgasmo e os benefícios à saúde, pois após o orgasmo há liberação de ocitocina. E adivinha como é possível potencializar a liberação de ocitocina? Pela Terapia Tântrica =). Fica a dica!

NEERA PREM, bióloga e terapeuta filiada à Rede Metamorfose.

Referências Bibliográficas:

Carter, C.S. & Porges, S.W. (2013) The biochesmistry of love: na oxytocin hypothesis. Embo Reports.Vol.14, NO1.

Site Science Alert - Acessado em fevereiro de 2020.




Outras reflexões

Uma vez eu li em um livro que tratava de cura pélvica feminina que existem determinados traumas que somente um homem poderia curar numa...
A mentira nº 1 sobre a massagem tântrica é que tem um final feliz. Não tem! A massagem tântrica é uma bela experiência, de sagrada...
No nosso último artigo, falamos sobre o tema Implantes astrais, o que são e como atuam na sexualidade. Afirmamos de forma resumida do...
“Os hormônios são anatomia líquida, são derramamentos que convertem crianças em adultos.”...
Quem já tem o hábito de mergulhar em si passará tranquilamente por esse momento que estamos vivendo.Quem não tem o hábito de mergulhar em...
Em nossa sociedade moderna, com as rotinas agitadas e estressantes que levamos, não damos prioridade para aprendermos sobre sensualidade....
"O caminho do Tao não é o da iluminação repentina. Ele não é como o Zen. Zen é iluminação repentina, Tao é crescimento gradual. O Tao não...
Muitas vezes, a sensação de que já sabemos algo, acaba nos limitando. Nos faz agir da mesma forma de sempre e nos impede de enxergarmos...
Muitas pessoas procuram o Tantra querendo resolver todas as suas questões relacionadas à sexualidade, em uma só sessão, como num passe de...
Olhe pra dentro. O que tem em você que é admirável? Você consegue enxergar? Pra que se julgar tanto? Se cobrar tanto? Ser tão duro(a)...
É uma prática aonde temos atenção plena, concentração, momento presente de maneira muito consciente. O objetivo é observar cada movimento,...
Veja todos

Eventos com data marcada

maio 2024 Brasilia DF
maio 2024 Brooklin, São Paulo SP
maio 2024 São Paulo (Capital) SP
maio 2024 Santos SP
maio 2024 Itapeva MG
  • 25 a 26 maio 2024
  • Exclusivo para Mulheres
  • Comunna
  • sábado 9h a domingo 15h
  • Perfil de Surya SangeetaSangeeta Saiba +
maio 2024 Vila Mariana SP
maio 2024 Itapeva MG
  • 30 mai a 2 junho 2024
  • Comunna
  • quinta 16h a domingo 16h
  • Perfil de Deva NishokNishok Saiba +
junho 2024 Itapeva MG
junho 2024 Caxias do Sul RS
  • 8 a 9 junho 2024
  • Espaço Gaya
  • sábado 8h a domingo 19h
  • Perfil de Prem Gaya (Melissa Bittencourt)Gaya Saiba +
junho 2024 Itapeva MG
junho 2024 Caxias do Sul RS
  • 15 a 16 junho 2024
  • Espaço Gaya
  • sábado 8h a domingo 18h
  • Perfil de Prem Gaya (Melissa Bittencourt)Gaya Saiba +
junho 2024 Garopaba SC
junho 2024 Itapeva MG
julho 2024 Belém PA
  • 1 jul a 14 agosto 2024
  • segunda 18h a quarta-feira 20h
  • Perfil de Nana TantraNana Saiba +
julho 2024 Itapeva MG
julho 2024 Itapeva MG
julho 2024 Itapeva MG
agosto 2024 Itapeva MG
agosto 2024 São Paulo (Capital) SP
agosto 2024 São Paulo (Capital) SP
agosto 2024 Itapeva MG
agosto 2024 Itapeva MG
setembro 2024 São Paulo (Capital) SP
  • 4 a 25 setembro 2024
  • Spaco TantraNana
  • quarta 19h a quarta-feira 22h30
  • Perfil de Nana TantraNana Saiba +
setembro 2024 São Paulo (Capital) SP
setembro 2024 Itapeva MG
setembro 2024 Itapeva MG
  • 27 a 29 setembro 2024
  • Turma Extensiva - Módulo 3
  • Comunna
  • sexta 19h a domingo 15h30
  • Perfil de Surya SangeetaSangeeta Perfil de Deva NishokNishok Saiba +
outubro 2024 Itapeva MG
outubro 2024 São Paulo (Capital) SP
outubro 2024 Itapeva MG
outubro 2024 Itapeva MG
novembro 2024 Itapeva MG
novembro 2024 Itapeva MG
  • 14 a 17 novembro 2024
  • Comunna
  • quinta 17h a domingo 15h
  • Perfil de Deva NishokNishok Saiba +
dezembro 2024 Itapeva MG
dezembro 2024 Itapeva MG